élebre por suas colunas centrais, que eram unidas numa barra de inox, for- mando uma espécie de tiara. A pintura saia-e-blusa era dividida por um friso lateral que lembrava as asas de uma gaivota. O para-brisa envolvente, como o introduzido por Chevrolet Corvette e Cadillac Eldorado de 1953, marcava uma nova geração dos Ford de passeio. O teto sobre o banco dianteiro podia ser de um acrílico transparente chamado Plexiglas, um opcional que arrematava o mito, apelidado de CrownVic. Sob o capô, em geral, havia um V8 4.5 de 162 cv, que ganhava 20 cv com o carburador de corpo quádruplo e o escapamento duplo, opcionais - mas o modelo básico tinha um seis-cilindros 3.6 de 120 cv. O câmbio era de três marchas, manual ou automático. Numa época de carros tão grandes, coloridos e cromados, a marca criou com o CrownVic uma imagem de sofisticação que não era associada aos Ford.
Como num Porsche, a partida fica à esquerda. Apesar da maciez dos bancos inteiriços, um terceiro passageiro no centro fica mal acomodado devido ao ressalto do túnel da transmissão. Um apoio de braço retrátil divide o banco de trás. A direção hidráulica é enorme, fina e fiel ao transmitir irregularidades do piso. Na coluna está a alavanca do câmbio automático, de trocas suaves. O alto torque do V8 está quase todo disponível em baixo giro e a suspensão é típica dos americanos da época, bem macia.
Para a linha 1956, o seis-cilindros ganhou 137 cv e o V8 passou a ser o mesmo do Thunderbird, de 202 cv. Painel estofado, travas duplas de portas e volante em forma de cálice aprimoraram a segurança. Mesmo assim, as vendas caíram e aos dois anos ele saiu de catálogo. Mas, o nome era tão forte que retornaria em 1980, como versão top da família LTD e, em 1992, como modelo próprio. Nessa fase, o design cativante tinha dado lugar à robustez mecânica e ao farto espaço interno, o que foi cultivando através dos anos sua fama de ideal para táxis ou carros de polícia. Em setembro deste ano, enfim, a Ford encerrou sua produção, dando cabo da linhagem do Crown Vic, que nasceu nobre e no decorrer das décadas acabou se aproximando cada vez mais do povo.
Ford Fairlane Crown Victoria 1955
Motor: V8 de 4,5 litros, 6 em linha de 3,6 litros
Potência: 162 cv a 4400 rpm, 120 cv a 4000 rpm
Câmbio: manual ou automático de 3 marchas
Carroceria: sedã de 2 portas
Dimensões: comprimento, 504 cm; largura, 193 cm; altura, 150 cm; entre-eixos, 293 cm
Peso: 1660 kg
Desempenho: 0 a 96 km/h, 10 s; vel. máx., 152 km/h
Nenhum comentário:
Postar um comentário